domingo, 1 de junho de 2008

João Aníbal Ramalheira, a memória para o futuro



Confesso que tenho dias em que não resisto em convencer-me que sou um indivíduo com sorte. Eu sei, eu sei que é a idade a avançar e eu a deixar que a emoção me perturbe a rigidez do pensamento que teimosamente aprendemos que não se deve desviar do racional sob pena de errarmos diagnósticos sucessivamente.

Mas hoje tenho uma boa desculpa para me deixar de fingimentos ... Decidi reencontrar-me a sudoeste com o meu velho amigo João Aníbal Ramalheira e aproveitei o pretexto para lhe "roubar" uma fotografia de um conjunto de jovens que conheci exactamente na sala de aula da antiga 4ª. classe do Professor Rogério. Porque (e aqui começou a dita sorte) o saudoso Professor pediu-me que colaborasse com ele e fosse para aquela sala durante uns poucos dias do final do ano lectivo "tomar conta" dos "putos" (de que fazia parte o meu irmão). E aprendi tanto com eles que ainda hoje me acontece vezes demais pensar que sou mais novo do que de facto sou.

( João Graça, Vasco Bilelo, José Paulo, João David, Jorge Bizarro, João de Oliveira, Paulo Nordeste, João Cândido Agra, António Marques Silva, Rui Santos, J. Aníbal e Manuel Machado)

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"João Aníbal Maia Marques Ramalheira nasceu em Ílhavo em 7 de Março de 1953. Embora o seu sonho de menino fosse ser Professor do Ensino Primário como seu Pai (e mais tarde seu irmão) é, desde 1978, Professor do Ensino Profissional Agrícola, estando há vários anos estreitamente ligado à história da EPAV (Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos) quer em funções docentes quer como membro do Conselho Executivo."

Em finais dos anos 60 formou com João Paulo, João Madalena, e João Nunes da Madalena o conjunto musical "Jota 4" que mais tarde se transformaria no "Jota 4+1" com a entrada de Vasco Bilelo. Nos anos 70 continuou como baterista no conjunto "Jakarandá" (de que fazia parte também Paulo Lemos).



Em 1973 com alguns amigos ("... dos quais se destacavam José Paulo Vieira da Silva, João José Figueiredo e José Peixoto...") "animou as tardes de domingo no Jardim Henriqueta Maia com o programa "ORBITRAL 2 S" transmitido da Cabine de Som da chamada Agência Técnica" (por cima dos antigos serviços do CTT) ... Ainda estávamos longe das Rádios Locais...




Mas esta "vocação" da "Rádio" nunca mais o abandonou:

Com Manuel Teles e João Madalena fez (na Rádio Terra Nova) uma série de 100 programas radiofónicos, sob o título “Recordar é viver”, englobados no centenário dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo.


E ainda hoje continua ligado à Rádio sendo responsável com Nelson Teles pelo programa “Flor de liz” (às segundas à noite na Rádio Terra Nova e aos sábados de manhã na Rádio Voz de Vagos).

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Tem vindo desde há alguns anos a divulgar um conjunto precioso de informação sobre o mundo cultural ilhavense, sobretudo da primeira metade do século XX, desde teatro, revista, e outro tipo de espectáculos, e outros acontecimentos que vale a pena rever com pormenor e demoradamente na sua página na internet com o endereço http://ramalheira.no.sapo.pt/.


As breves referências, transcrições ou cópias, que aqui vou deixando, apenas pretendem servir de pretexto para que procurem, nessa página e no jornal "O Ilhavense", o muito da riqueza de imagens, notícias e curiosidades relativas a pessoas, factos e lugares deste nosso Ílhavo.
Porque dessa visita vão poder verificar que a pouco e pouco se pressente a "alma" que hoje tantas vezes se vai aparentemente esquecendo na pressa das chamadas requalificações ditas arquitectónicas.






Já desde 1998 que tinha, entretanto, iniciado um importante trabalho de pesquisa sobre músicos ilhavenses, organizando, com a sensibilidade e o rigor que lhe são característicos, toda a informação disponível, e tornando-a pública através da já referida página com o endereço http://ramalheira.no.sapo.pt/ e nas páginas do jornal "O Ilhavense"











Apenas me resta um apelo ao João Aníbal, que parece tão lógico que quase seria desnecessário:
publica em livro (um primeiro de vários que poderás publicar...)
muita desta informação que já recolheste e organizaste.
Alguns dos que se vão encontrando neste pequeno recanto a sudoeste estarão seguramente disponíveis para colaborar contigo na edição que já se vai tornando urgente.


3 comentários:

Rosa Brava disse...

Estou completamente de acordo! Memórias destas não podem ser perdidas e é um património tão enriquecedor, que não deve ser esquecido!

Um abraço

Peixe na Rede disse...

Um grande abraço ao Mestre Ramalheira e um agradecimento por tudo quanto que já me ensinou!
João Peixe

Gestão disse...

Aguardamos com impaciência o livro do "capitão" Ramalheira, ilhavense que ama como poucos a sua terra.
Força aí, laborioso pesquisador!

M. T.