terça-feira, 3 de novembro de 2009

Costa-Nova-do-Prado 200 Anos de História e Tradição





No passado dia 19 de Agosto de 2009, na Calçada Arrais Ançã da Costa-Nova-do-Prado, Senos da Fonseca lançou o seu mais recente livro com o título "Costa-Nova-do-Prado 200 Anos e História e Tradição". O livro, cujo produto da venda reverteu a favor do CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), tem fotografias e tratamento de fotografias (suas e de outros autores) de Rui Bela.


Sem qualquer pretensão de fazer neste espaço a análise deste novo livro, apenas vos quero convidar a ler e a ver esta obra para que possam sentir toda a beleza das suas imagens e das suas palavras.








O autor, em jeito de introdução, dirige-se ao leitor, "avisando-o" das sua intenções:


"... Pretendi sublinhar, acima de tudo, que sem a Costa-Nova "nós" não seríamos o que somos, ainda que já não sejamos, hoje, nem de perto nem de longe, o que já fomos, tal a perda de identidade consumada, provocada ou circunstancial, intencional ou não, pouco importa, agora e aqui, equacionar. A Costa-Nova, ela também, já não é o que era, fadada hoje para se mostrar mais para a fotografia, do que a alimentar-se da intimidade das suas gentes."

...

"Rebobinei, assim, o tempo. Desde o momento que abicado à praia, o Luís "da Bernarda" sentenciou: "e aqui vai ser a costa nova da fartura prometida" até ao dia em que surripiaram a ria, levando-a para longe, escondendo-a do olhar do passante"









Senos da Fonseca leva-nos, ao longo das páginas deste seu livro, a percorrer a história da Costa Nova desde a abertura da Barra que dificultou a "travessia dos pescadores e do restante pessoal das artes" do Forte Novo para a outra banda onde se encontrava a "costa velha" de S. Jacinto. Com a vivacidade colorida da sua linguagem, o autor vai-nos conduzindo através de diversos capítulos em que a realidade nos surge como uma aventura de pessoas que foram crescendo e trabalhando, entre a ria e o mar, sem esquecer de nos transmitir o ambiente que se foi progressivamente alterando ao longo dos anos, desde o inicio do século XIX.



Palavras e imagens que não se limitam a descrições e apresentação de dados informativos, mas nos levam ao encontro daquelas pessoas concretas, transformadas em personagens vivas de uma viagem de ficção que, paradoxalmente, nos faz reconhecer a realidade dos factos no dia-a dia das diferentes épocas da vida da Costa Nova.






Na contra-capa um poema de Senos da Fonseca com a cópia de um quadro de João Carlos Celestino Gomes:

1 comentário:

Mário Lima disse...

A Costa-Nova, ela também, já não é o que era, fadada hoje para se mostrar mais para a fotografia, do que a alimentar-se da intimidade das suas gentes

A minha Costa, a costa da minha meninice também já faz parte do passado. Como diz aqui Senos da Fonseca, também a costa da minha Póvoa mostra-se mais para a fotografia do que se alimenta da intimidade dos seus pescadores que fizeram a história da Póvoa e do Mar.

É o preço que se paga pela evolução dos tempos, que não se compadece com o barco Poveiro e as mulheres varando os barcos dos pescadores ali bem no coração da cidade.

Assim lá se foi a Ria e lá se vai o mar.

Abraço!