No passado dia 19 de Agosto de 2009, na Calçada Arrais Ançã da Costa-Nova-do-Prado,
Senos da Fonseca lançou o seu mais recente livro com o título "
Costa-Nova-do-Prado 200 Anos e História e Tradição". O livro, cujo produto da venda reverteu a favor do
CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), tem fotografias e tratamento de fotografias (suas e de outros autores) de
Rui Bela.
Sem qualquer pretensão de fazer neste espaço a análise deste novo livro, apenas vos quero convidar a ler e a ver esta obra para que possam sentir toda a beleza das suas imagens e das suas palavras.
O autor, em jeito de introdução, dirige-se ao leitor, "avisando-o" das sua intenções:
"... Pretendi sublinhar, acima de tudo, que sem a Costa-Nova "nós" não seríamos o que somos, ainda que já não sejamos, hoje, nem de perto nem de longe, o que já fomos, tal a perda de identidade consumada, provocada ou circunstancial, intencional ou não, pouco importa, agora e aqui, equacionar. A Costa-Nova, ela também, já não é o que era, fadada hoje para se mostrar mais para a fotografia, do que a alimentar-se da intimidade das suas gentes."
...
"Rebobinei, assim, o tempo. Desde o momento que abicado à praia, o Luís "da Bernarda" sentenciou: "
e aqui vai ser a costa nova da fartura prometida" até ao dia em que surripiaram a ria, levando-a para longe, escondendo-a do olhar do passante"
Senos da Fonseca leva-nos, ao longo das páginas deste seu livro, a percorrer a história da Costa Nova desde a abertura da Barra que dificultou a "
travessia dos pescadores e do restante pessoal das artes" do Forte Novo para a outra banda onde se encontrava a "
costa velha" de S. Jacinto. Com a vivacidade colorida da sua linguagem, o autor vai-nos conduzindo através de diversos capítulos em que a realidade nos surge como uma aventura de pessoas que foram crescendo e trabalhando, entre a ria e o mar, sem esquecer de nos transmitir o ambiente que se foi progressivamente alterando ao longo dos anos, desde o inicio do século XIX.
Palavras e imagens que não se limitam a descrições e apresentação de dados informativos, mas nos levam ao encontro daquelas pessoas concretas, transformadas em personagens vivas de uma viagem de ficção que, paradoxalmente, nos faz reconhecer a realidade dos factos no dia-a dia das diferentes épocas da vida da Costa Nova.
Na contra-capa um poema de Senos da Fonseca com a cópia de um quadro de João Carlos Celestino Gomes: