"Júlio Pires é natural de Ílhavo, nascido a 30 de Outubro de 1964. Autodidacta, cria o seu próprio percurso no caminho das Artes Plásticas, frequenta em 1987 um curso de desenho e pintura no Grupo A.C.V. na Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direcção de Pedro Andrade. Profissionalmente, foi pintor na Fabrica de Porcelanas da Vista Alegre. Contudo é nas telas que encontra a sua realização pessoal, a sua forma de expressão."
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
A cor e a sensibilidade de Júlio Pires
"Júlio Pires é natural de Ílhavo, nascido a 30 de Outubro de 1964. Autodidacta, cria o seu próprio percurso no caminho das Artes Plásticas, frequenta em 1987 um curso de desenho e pintura no Grupo A.C.V. na Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direcção de Pedro Andrade. Profissionalmente, foi pintor na Fabrica de Porcelanas da Vista Alegre. Contudo é nas telas que encontra a sua realização pessoal, a sua forma de expressão."
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
A inquietação das palavras de Domingos Cardoso

Do seu livro
Estrada
Olhando as minhas mãos, assim despidas,
A dor de renovadas despedidas.
(dedicado à minha Mãe)
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Augusto Nunes, o poeta que veio do mar

acendem-se as cidadelas
confundem-se com elas
as estrelas...
e os espelhados
espalhados
brilhos delas...
p'lo debrum das casarios
as vigias dos navios
amarelas
parecem sóis
e as dos albóis
as velas
da luz dos lares...
da cruz dos altares
das capelas...
revérberos de melancolia
que em noites de calmaria
dão à poesia
o tom das aguarelas...
e mal entrava na rua de Espinheiro
gaguejando no pregão e no praguedo...
acordava o povo... um barateiro... também pelo cantar do passaredo
prometia a taluda um cauteleiro...
e beijando o sol ainda o dia a medo
já aos cães se ria um burro de azeiteiro... pousando as canastras no lagedo
discutiam as peixeiras de nariz no dedo
porque a "vivinha da costa" duma delas tinha cheiro... até que dos beiços de um funileiro
um som de gaita vinha a terreiro
juntar seu banzé ao sublime enredo...
de gaita de beiços anuncia
que chega
de roda galega
à freguesia...
arranja pratos
panelas velhas
agrafa selhas
sola sapatos
amola facas...
as tesouras todas...
as das costuras e as das podas
reforça forras fracas
solda latas e latões a estanho
como fundilhos rebita chapas
crava ilhóses na dobra das capas
e pica o gume cego do gadanho...
cega os olhos das enxadas e marretas
prega pedaços de pneu no pau das chancas
espeta protectores nas tamancas
e endireita às umbrelas... as varetas... a mim agora só me afia os versos
até que chegue o caldeireiro...
para que num dia vindimeiro
me desempene os que por aí há dispersos...
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terça-feira, 15 de janeiro de 2008
A subjectividade da objectiva de Carlos Duarte
(Carlos Duarte numa fotografia de Carlos Alberto Rocha)
O meu amigo Carlos Duarte tem, ainda hoje, apesar muitos anos de amor por Ílhavo (onde vive), aquele jeito romântico de quem nasce na cidade de Coimbra à beira do Mondego eterno. E talvez por isso mesmo nunca tenha renunciado a uma velha paixão sempre publicamente assumida: a de nos mostrar o seu (e muitas vezes nosso) quotidiano através da subjectividade da sua objectiva fotográfica...

Da introdução escrita pelo próprio Carlos Duarte, atrevo-me a recortar estes breves excertos:
"...
Fotografar para mim sempre foi e continua a ser uma forma de comunicar e dar a conhecer aos outros o que se passa, muitas vezes mesmo ao nosso lado e que muitos teimam em não ver e outros não conseguem visualizar.
...
Este livro é a forma que tenho em mostrar uma pequena parte da minha história , deste país e de Ílhavo. Não pretendo que seja um livro de "fotografia", mas um livro de fotografias, tendo muitas sido "companhia" de textos em vários jornais e outras ilustraram revistas e livros.
... "

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
O poeta cantor Geraldo Alves

É deste livro que escolho três poemas:
No meu país
existe um rio de ternura
corre nas veias dos poetas do meu povo
o meu país
faz poesia da amargura
e da loucura
vinho velho e sangue novo
O meu país
chora na voz de uma guitarra
embebeda-se no sangue das touradas
ri do passado
e da saudade a que se agarra
cai de joelhos
com a alma torturada
O meu país
é uma criança irrequieta
brinca com a vida
hoje perde amanhã ganha
e à noitinha
mal se deita logo aquieta
cavalga o sonho não há nada que o detenha
O meu país
de cheiro a vinho e maresia
espuma do mar
envelhecida de emoções
vive do sonho
renovado dia a dia
e das mãos nuas calejadas de ilusões
E os olhos inquietos beijando o mar
Maria dos ventos incerta
aberta nos livros da paz
prenhe de sonhos e poentes
quentes
beijos que não dás
Maria dos montes caída
traída pelos donos da luz
feita perfume num soneto
preto
canto que seduz
Sai dessa imagem de folia
que os teus lábios quem diria
nunca souberam a mel
Vai que o teu mundo oh Maria
tem teu ar de manhã fria
não és fúria de corcel
Maria das mãos retalhadas
cansadas de tanto labor
vendem-te a alma pelas ruas
cruas
rimas sem amor
Maria dos seios caídos
erguidos num gesto sem fundo
nunca permitas que uma quadra
errada
fique no teu mundo
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
A arte do meu amigo Adélio Simões
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